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Reposição Hormonal: Testosterona em mulheres?

sábado, 4 de fevereiro de 2012

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Se não é possívelconter a passagem do tempo, a Medicina tem provado que deixar que ela passe semlevar consigo a disposição, a saúde e a feminilidade da mulher é, sim,possível. O tratamento de reposição hormonal para as mulheres que atingem amenopausa não é nenhuma novidade, mas, ainda assim causa polêmica. Ainda háquem pense que o uso de hormônios pode trazer consequências negativas para asaúde, mas a prática tem provado que o uso de medicações e técnicas adequadassó traz qualidade de vida para as mulheres.

Umadestas técnicas é a utilização de implantes que são nada mais que veículos paraa administração dos hormônios. Apesar de ser apenas uma alternativa para otratamento hormonal por via oral, o ginecologista Jorge Valente pontua queexistem grandes vantagens na escolha do implante. “Há uma redução nos efeitoscolaterais como gastrite, interação com outras drogas utilizadas pela paciente,enjôo, risco de aumento de pressão arterial. Além disso, evita o esquecimentode tomar a medicação”, enfatiza o especialista.  O implante ainda assegurao uso de hormônios que não existem para uso por via oral, e proporciona que asdoses sejam individualizadas, ou seja, adaptadas a cada paciente.

TESTOSTERONA- Outro avanço notratamento de reposição hormonal são as medicações utilizadas. “Hoje,utilizamos hormônios bioidênticos, que são similares aos do corpo humano, o quereduz efeitos colaterais”, explica o médico. A testosterona é um dos hormôniosque tem sido amplamente utilizados para o tratamento de reposição hormonal. Ohormônio masculino, utilizado em doses adequadas, melhora a libido feminina, amusculatura e a massa óssea, reduzindo risco de osteoporose.

Valenteressalta que a testosterona contribui para a melhora do humor e da disposição,contribuindo para vencer quadros de depressão e instabilidade de humor, comunsna menopausa.

CUIDADOS– A utilização de testosteronabioidêntica e na dose adequada são os cuidados necessários para o tratamentocom este hormônio nas mulheres. “Existem efeitos colaterais que podem serobservados quando estes cuidados não são observados, como aumento dos pelos,voz grossa, aumento do clitóris e da oleosidade de pele e cabelos”, sublinhaValente.

 

POLÊMICAS- Mas o assunto não é consensual e demanda cautelas. Osite "ABC da Saúde", por exemplo, postou artigo do Dr. José Aristodemo Pinotti (ProfessorTitular do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicinada USP, Reitor da Unicamp entre 1982-1986, Deputado Federal entre 1994-1998 ePresidente da Federação Internacional de Ginecologia entre 1986-1990, dentreoutras funções), aqui transcrito: 

"Algunsanos após seu início, na década de 80, a reposição hormonal (TRH) tornou-sepanacéia. Prevenia doenças – inclusive cardiovasculares e algumas neoplásicas-, prolongava a juventude e mitigava os desagradáveis sintomas da menopausa.

Essavisão foi, durante uma década, sustentada por publicações na literatura médica,até que o National Institute of Health, dos EUA, abriu um braço de sua pesquisa– irrefutável pela metodologia e pela ausência de qualquer conflito deinteresses -, mostrando que com TRH não havia diminuição do risco de doençascardiovasculares e, em alguns casos, notava-se até um aumento considerável.Isso deu início a um processo de reavaliação do conceito e do uso de hormônioapós a menopausa.

Hápoucas semanas, os resultados percebidos obrigaram à abertura de um outro braçodessa pesquisa pesquisa, agora lidando especificamente com o câncer de mama,que é a principal causa de morte de mulheres por neoplasias (tumores) e cujaincidência e mortalidade vem aumentando ano a ano.

Foramestudadas 16.608 mulheres; metade delas usou a combinação de estrógenos equinose medroxiprogesterona por um tempo relativamente curto (média de 5 anos), aoutra metade recebeu placebo. No grupo que utilizou hormônios verificou-se oseguinte: um maior número de casos de câncer de mama; o diagnóstico foi maistardio; e nos exames mamográficos houve mais anormalidades e mais dificuldades deinterpretação. Essas diferenças foram estatisticamente significantes, nãoocorreram por acaso.

Comoensinamento, fica a permanente dúvida descartiana, que deve estar na mente dequalquer pesquisador, combinanda com um ditado francês: “Na medicina, como noamor, não existe nem sempre, nem nunca”.

Otempo de maturação das novas aquisições científicas deve ser repeitado, arepetição das pesquisas e a busca da verdade devem ser constantes e, mais doque isso, não se pode deixar de, pelo menos, considerar a possibilidade de umviés financeiro quando os laboratórios farmacêuticos lucram abundantemente coma reposição hormonal e financiaram uma boa parte dos estudos que comprovaram oseu efeito benéfico em diferentes campos e que estão sendo agora desvendados.

Comrelação às mulheres, elas devem sem angústia ou pressa – pois o risco adicionalé pequeno -, procurar os seus ginecologistas para reavaliar a questão da TRH,que precisa, quando feita, ser acompanhada caso a caso, com observaçãocontinuada. Na prática, se as usuárias, de acordo com seus ginecologistas,decidirem pela reposição, suas mamas devem receber atenção especial – traduzidapor mamografias anuais, informando ao radiologista sobre o uso dos hormôinios.Devem ser realizados também ecografia e exames clínicos semestrais. Com isso,não se afasta o risco aumentado pela reposição, mas se garante o diagnósticoprecoce, que pode ser dificultado pelos hormônios.

Quandoa detecção é precoce, a probalidade de cura beira 100% e não é preciso retirara mama. Na maioria das mulheres que tratamos no Hospital das Clínicas, emestádios clínicos iniciais, logra-se, além da cura, mamas em geralesteticamente melhores do que aquelas que tinham de ser operadas.

Oconceito da reposição hormonal mudou. Sua indicação é mais restrita aossintomas da menopausa, devendo ser usada na menor dose pelo prazo mais curto.As alternativas ao seu uso são hábitos de vida mais sadios e tratamentosnão-hormonais, como os existentes hoje para a osteoporose. Os estudos nessesentido prosseguem e apontarão caminhos novos. Estão aí os fitoestrogêniossendo amplamente experimentados. Eles são eficientes para melhorar ondas decalor e a lubrificação vaginal. Suspeitamos – e estamos pesquisando isso – queeles possam diminuir o risco para o câncer mamário, mas isso ainda não estácomprovado.

Aspesquisas em medicina levam muito tempo; por isso, é sempre bom que usuárias emédicos não se deixem levar por modismos terapêuticos de forma acrítica eaçodada, particularmente aqueles que agridem a natureza e os processosfisiológicos normais." (Fonte: http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?10001)